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Madama Lucrezia

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Madama Lucrezia encostada no Palazzo Venezia.

Madama Lucrezia é uma das seis estátuas falantes de Roma, a única que representa uma figura feminina. É um colossal busto da época romana, com cerca de três metros de altura e colocado na esquina do Palazzo Venezia e da basílica de San Marco Evangelista al Campidoglio, na Piazza Venezia (rione Pigna) por ordem do cardeal Lorenzo Cybo de Mari na década de 1590[1].

História e descrição

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Como no caso das demais estátuas falantes, é difícil assegurar uma identificação e as hipóteses são muitas: a mais acreditada defende tratar-se de uma estátua da deusa egípcia Ísis (ou uma de suas sacerdotisas) por causa do nó no peito em suas vestes, uma característica do culto à deusa. O busto parece ter sido doado a Lucrezia d'Alagno, a amante de Afonso V de Aragão, rei de Nápoles, que, depois da morte de Afonso e por causa da hostilidade de seu sucessor, se mudou para Roma e passou a viver perto do local onde hoje está a estátua. Daí deriva o nome popular da estátua, uma hipótese confirmada ainda pelo fato de que, no século XV, o termo "madama" era utilizado em Nápoles, mas não em Roma.

Como no caso das outras cinco estátuas falantes, a "voz" de diversas pasquinadas (poucas no caso desta estátua), as violentas e irreverentes sátiras cujo objetivo era atingir de forma dura e sempre de forma anônima os personagens públicos mais populares de Roma. Duas ficaram particularmente famosas: a primeira quando, em 1591, o papa Gregório XIV, já no final da vida, se mudou para o Palazzo Venezia esperando uma melhora que não ocorreu (ele contava também com a presença de um muro alto que abafava o barulho da cidade), e Lucrezia sentenciou que "A morte passou pelos portões". A outra foi durante a República Romana de 1799, quando o povo romano em revolta jogou no chão o busto e apareceu sobre os seus ombros a frase "Nem eu posso ver mais".

Madama Lucrezia e o Pé de Mármore

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Ver artigo principal: Pé de Mármore

Segundo algumas teorias, o famoso Pé de Mármore, na Via del Pie di Marmo, seria parte da mesma estátua da qual fazia parte o busto da Madama Lucrezia: a evidência principal seria o fato de que tanto as roupas do busto quanto a sandália no Pé seriam ambos típicos das sacerdotisas de Ísis. Além disto, as dimensões de ambas as esculturas são correspondentes. Todavia, não existe uma análise mais profunda sobre esta hipótese.

Referências

  1. «Statua di Madama Lucrezia» (em italiano). InfoRoma 
  • Rendina, Carlo (fevereiro de 1990). «Pasquino statua parlante». ROMA ieri, oggi, domani (em italiano) (20) 
  • Causati Vanni, M.A. (junho de 1994). «Lucrezia d'Alagno: madama parlante». ROMA ieri, oggi, domani (em italiano) (68)